17 de março de 2009

Motoristas participam do Projeto TransFormar em Caçador

Focado no desenvolvimento de melhores motoristas e para garantir mais segurança no trânsito, o Projeto TransFormar vem se consolidando e formando motoristas cada vez mais conscientes.
No mês de fevereiro, foi a vez de um grupo de profissionais de Caçador participar do Projeto TransFormar, que é baseado no gerenciamento de riscos da viagem e focado também no comportamento do condutor. Todo o treinamento é executado levando se em consideração o cotidiano do motorista – o veículo, o contexto e o local. Estes são os três principais elementos nas situações do dia a dia do condutor de caminhão e formam o tripé sob o qual o programa está erguido.
De acordo com o coordenador de desenvolvimento de negócios e concessionárias da Volvo, Edgar Guolo, o programa surgiu com o objetivo de educar e conscientizar os motoristas da importância de uma direção segura.
“A Volvo já é destaque com o projeto Volvo de Segurança no Trânsito e a partir do sucesso do mesmo, sentimos a necessidade de ter um programa que trabalhasse diretamente com os motoristas”, conta.
Segundo o coordenador, depois de observar alguns dados chegou-se a conclusão de que os acidentes são de responsabilidade dos motoristas e não do veículo e nem das vias.
“A partir de pesquisas e estatísticas relacionadas ao transporte de cargas, observou se que quase todos os acidentes ocorrem com tempo bom, ou seja, em dias de sol, durante o dia e não a noite, nas retas e não em curvas, condições que não deveriam ocasionar acidente”, define.
Guolo destaca, que com base nessa análise chegou se a conclusão que era necessário realizar treinamentos no sentido de ajudar o motorista. “Sentimos a necessidade de fazer um trabalho voltado para o motorista. Então foi essa proposta que a Volvo desenvolveu em parceria com uma empresa de consultoria de São Paulo”, conta.
A partir dessa parceria foi desenvolvido um treinamento com aspecto técnico, mas que os aspectos comportamentais fossem muito mais relevante do que os técnico, comenta o coordenador.
“Todo o treinamento é executado levando em conta, o cotidiano do motorista, o contexto e o local. Com isso eles recebem informações importantes e que podem ser usadas no seu dia a dia, fazendo com que eles se comprometam em fazer um trânsito mais seguro e ainda aprendendo a dirigir com mais economia”, afirma.

A metodologia do curso

Em Caçador, participaram do curso 11 motoristas. Durante cinco dias, foram 42 horas aulas debatendo assuntos do cotidiano. Além disso, os alunos puderam dirigir um caminhão antes e durante o curso para perceber as diferenças com o treinamento.
“Trabalhamos com uma facilitadora que estuda junto com eles as situações que todos passam diariamente. Deixamos que eles se sintam a vontade para expor os assuntos e com eles encontrar as soluções corretas”, define.
Guolo conta ainda, que nesse período os motoristas são colocados diante de algumas situações para ver como será sua reação. “Durante a aula colocamos um computador de bordo na sala, ele tem todas as funções de um painel de caminhão, ali damos a oportunidade deles juntos, colocar em prática, algo que muitas vezes não sabem usar. Lançamos um desafio e eles mesmo vão quebrando a barreira que existe”, comenta.
“O treinamento está baseado na teoria de gerenciamento de riscos, você tem o veículo que está operando, a via e o contexto, que são as alterações de situações. Nessa situação você tem que saber como agir, saber gerenciar toda essa situação. Por que as decisões partem dele e o veículo só obedece a ele e as vias também só correspondem de acordo com a reação dele” destaca.
Segundo o coordenador, durante o projeto não existe o conceito de certo ou errado, todos os trabalhos são feitos como se fosse uma mesa redonda onde os motoristas são orientados pelo facilitador. “Eles contam as experiências, relatam episódios e cada um vai contribuindo para o sucesso do programa”, afirma.
Paralelamente, os facilitadores e os motoristas estudam como o local da viagem pode interferir na segurança e no resultado da viagem. No treinamento, o tipo de pavimento, as condições climáticas, os buracos na rodovia e uma série de outros itens relacionados ao local devem ser levados em consideração no planejamento da viagem e na eventualidade de ocorrências.
“Uma viagem segura depende do preparo e do empenho do motorista em poder avaliar antecipadamente as diferentes situações e gerenciá-las da melhor forma possível”, afirma

TransFormar é aprovado pelos transportadores e motoristas

Trazido para Caçador pela segunda vez, o Projeto TransFormar mais uma vez chamou a atenção e agradou todos os motoristas que participaram. Para eles, a semana de curso foi válida em todos os sentidos.
“Foi uma troca de experiência com o restante dos motoristas, aqui encontramos situações que acontecem no nosso dia a dia e podemos conhecer muita coisa nova e diferente. Aprendemos abrir os olhos, parar, melhorar e saímos daqui com uma visão do trabalho que desenvolvemos”, comenta o motorista da TransPower, Márcio Bertotto.
“Às vezes achamos que sabemos tudo, mas com certeza temos muito que aprender, nesses cinco dias de curso podemos levar para casa muita coisa interessante”, define.
De acordo com o motorista, todas as empresas deveriam aderir a idéia, pois essa é uma maneira de valorizar e incentivar os motoristas. “As empresas deveriam trazer mais cursos como esses, pois é muito bom. É um diferencial da empresa que investe em nós motoristas, assim elas acabam tendo uma visão diferente do nosso trabalho. Já o motorista deve valorizar e prestar bem atenção nesse curso, dar mais valor ao seu emprego, pois a empresa está fazendo um bom investimento em ensino”, afirma.
Já o motorista Edson Festugatto, da Transportes Albino de Treze Tílias, também saiu impressionado e com a certeza de que a semana de curso valeu muito a pena.
“O curso é bem interessante, pois tem coisas que a gente já sabe, mas tem coisas que não. Então esse curso trabalha bastante isso, precisamos começar a fazer mais coisas para o nosso bem estar e sempre tendo cuidado com os outros, foi uma troca de experiência muito válida”, garante.
No que depender do motorista, daqui para frente muita coisa será diferente. “Vou levar para a empresa e para casa uma visão muito diferente do cuidado, educação e o respeito que devemos ter para ser um bom profissional. Me senti à vontade em participar desse curso”, garante.
Em Caçador, o Projeto TransFormar contou com o apoio da concessionária Dicave de Videira e também das empresas, TransPower e Transportes Albino. As aulas foram ministradas no ginásio do Sesi.
Essa foi à segunda vez que o projeto foi ministrado na cidade e novamente contou com o apoio todo especial do administrador da TransPower, Henrique Luiz Basso.
“Conheci o projeto no ano passado e fiquei impressionado com o conteúdo, a forma de como é feito e a maneira de como é administrado. Então assumimos uma postura firme e hoje pode se dizer que somos umas das empresas no Oeste e até no estado, que mais participou desse curso e que tem o maior número de motoristas com o curso realizado”, comenta.
De acordo com Basso, o incentivo para realizar esse tipo de curso faz com que todos ganhem, principalmente o motorista, que tem a oportunidade de aprender muita coisa, tanto na área pessoal como profissional.
“Esse curso, além de trazer itens básicos, ensina a executar um bom planejamento de uma viagem completa, ou seja desde o momento que você tem que verificar seus documentos pessoais, o caminhão, planejar quanto gastar e muitos outros itens que servem para economia e também para a segurança”, comenta.
Além disso, o administrador destaca outro ponto que é fundamental para o sucesso do projeto. “Tem também o item técnico, que é você saber ler e interpretar um manual, pois hoje os caminhões são de alta tecnologia e a maioria dos motoristas dirige um caminhão e não sabe o que tem na mão”, define.
“Esse curso vem despertar e ensinar muita coisa e isso é um diferencial muito grande, eu aposto. Temos a oportunidade de trabalhar o ponto comportamental da pessoa, mexer a parte psicológica e fazer com que ele se sensibilize de que existe um investimento e que ele é uma pessoa muito importante nessa cadeia”
Ainda de acordo com Basso, é possível perceber a mudança no comportamento daqueles motoristas que participam desse projeto. “Nós já sentimos um diferença significativa, mas sabemos que não é apenas com um dia ou com um curso que a coisas vão mudar, mas sabemos que estamos optando basicamente em investir em treinamento e acreditando que isso vai mudar”, destaca.