24 de março de 2008

Jornada de trabalho dos caminhoneiros é assunto na Câmara dos Deputados

Deputado Celso Maldaner pede mais debate sobre limitação da jornada

Durante pronunciamento da Câmara dos Deputados, Celso Maldaner se manifestou para chamar atenção sobre a decisão que entrou em vigor no mês de janeiro, limitando a jornada de trabalho dos caminhoneiros. A liminar, da justiça de Rondonópolis, Mato Grosso, promete muita discussão, tendo em vista que a decisão estabelece que os caminhoneiros trabalhem oito horas por dia e quarenta e quatro horas semanais.
Conforme Maldaner, com a liminar, o controle da jornada caberá as empresas, que deverão arquivar as fichas com os horários por cinco anos. Quem desrespeitar a carga horária pode receber multa de 1 mil reais por motorista irregular e por mês em que não for adotado o sistema de fiscalização.
Os defensores da lei alegam que, uma pesquisa realizada entre os caminhoneiros de todo o país mostrou que 51% usam ou já usaram drogas para ficar acordados ao volante e 46% trabalham até 16 horas por dia. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, caminhões estão envolvidos em 70% dos acidentes nas rodovias federais.
O deputado Celso Maldaner, como membro da Comissão de Agricultura e suplente da Comissão de Desenvolvimento Econômico, afirma que está muito preocupado com essa questão. "Essa liminar trará conseqüências graves tanto para o setor, como para a agricultura, indústria, comércio e para todo povo brasileiro, diante da falta de infra-estrutura para cumprir a decisão judicial. Sabemos que é necessário coibir os abusos no trânsito e reduzir o número de acidentes, mas temos que ser responsáveis em nossas decisões, garantindo ganhos para o Brasil e mais saúde para os caminhoneiros," declarou o deputado.
Para o presidente da Federação das Empresas de Transporte de Carga de SC (Fetrancesc), Pedro Lopes, as empresas têm controle sobre a jornada de seus motoristas e passam orientações sobre o tempo que podem rodar e quando devem parar. A federação diz ainda que, a medida é exagerada e de difícil controle, uma vez que, é impossível determinar o número de horas trabalhadas baseando-se apenas no tacógrafo.