8 de fevereiro de 2008

Norte catarinense está preste a se tornar pólo da agroindústria

A crescente demanda mundial pelo frango e suíno brasileiros levou a agroindústria catarinense a descobrir um novo eldorado, uma nova fronteira agrícola, o Planalto Norte Catarinense. Conhecido como celeiro agrícola do Estado, cidades como Itaiópolis, Canoinhas, Papanduva e Mafra são grandes produtoras de grãos, possuem água em abundância, um dos solos mais produtivos do Brasil, com produtividade muito superior a média Brasileira.
Novas agroindústrias prometem gerar um grande desenvolvimento em algumas cidades do norte de Santa Catarina. Empregos e transportes são alguns dos setores que mais serão beneficiados com as instalações das agroindústrias. A Indústria Avícola Itaiópolis (Avita), que se instalou em Itaiópolis já iniciou as operações com capacidade inicial de abate de 150 mil aves por dia, mas tem capacidade total para até 300 mil, com operação em dois turnos.
Conforme Edésio Brandalise, ex-diretor técnico da Perdigão e agora diretor-presidente da Avita, a construção teve início em 2006 e consumiu investimentos de US$ 20 milhões, em parte financiados pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). A empresa vai operar de forma verticalizada, assim como as demais indústrias do segmento. Atualmente, conta com produtores de aves integrados em cidades como Itaiópolis, Mafra e Papanduva. A meta é abater, nos próximos anos, 300 mil frangos diariamente. Para isso, são necessárias pelo menos 600 novas granjas.
Aurora mudará matriz econômica do Planalto Norte catarinense
A avicultura intensiva será um dos efeitos da construção da moderna indústria de abate e processamento de frango da Coopercentral Aurora (Aurora Alimentos) em Canoinhas, no Planalto Norte catarinense. A unidade gerará movimento econômico regional da ordem de R$ 1 bilhão de reais por ano.
Durante ato de assinatura de protocolo entre a Aurora e os governos estadual e municipal, o presidente da coopercentral, Mário Lanznaster, anunciou que a empresa espera integrar cerca de 940 propriedades industriais da microrregião ao seu processo produtivo. Os produtores rurais interessados em ingressar na atividade de criação de frango industrial de corte serão visitados pelos técnicos da Cooperalfa e da Coperio, as duas cooperativas filiadas à Aurora que atuam na região, receberão orientação técnica e treinamento.
A idéia é ajustar a construção dos aviários ao cronograma de edificação e início de atividade do complexo avícola. Serão necessários de 1.000 a 1.100 criatórios de aves instalados em raio de 60 quilômetros para suprir a demanda de matéria-prima da futura indústria que abaterá 300.000 aves por dia e 6,6 milhões por mês. Cada criatório custa em média R$ 120 mil reais.
Mário lembra que a decisão por Canoinhas levou em consideração a existência de base produtiva de grãos e de aves, a oferta de água, a proximidade com portos e centros de consumo, a disponibilidade de mão-de-obra e, principalmente, os incentivos fiscais - isenções e imunidades- e incentivos materiais, como terreno, terraplenagem, acesso, asfaltamento e rede de energia do Poder Público. A partir do início, em março de 2008, serão necessários 18 meses para execução total das obras, de forma que as atividades industriais iniciarão no último trimestre de 2009. A indústria de processamento de aves exigirá cerca de R$ 427 milhões de reais em investimentos diretos, na forma de recursos próprios e financiados pelo BNDES: R$ 300 milhões para a obra física e R$ 127 milhões em capital de giro. O complexo avícola incluirá a indústria, o incubatório, as granjas-matrizes e a fábrica de rações. A futura indústria abaterá 300 mil aves por dia e gerará 4.994 empregos diretos, sendo 3.360 postos de trabalho no frigorífico e 1.634 empregos nas demais atividades.
Sadia se prepara para instalar frigorífico em Mafra
Além da Aurora e do frigorífico Avita, a Sadia também está mostrando interesse pela região Norte do Estado, e se prepara para instalar um frigorífico na cidade de Mafra. A escolha pela região se deve pelo fato que o Planalto Norte é apontado como a região que possui a melhor infra-estrutura para a logística de transporte do sul do Brasil, muito próximos dos portos. Um frigorífico novo gera em média 5.000 empregos diretos, 1.000 granjas e um movimento econômico da ordem de R$ 1 bilhão de reais por ano.
O maior problema encontrado nos mais de 11 municípios que integram o Planalto Norte é a falta de estrutura em algumas rodovias, o que dificulta o transporte da produção dos frigoríficos que estão se instalando na região.
O asfaltamento da SC 477, ligando Itaiópolis a Dr. Pedrinho é um sonho da população. Essa obra, que é esperada pela região há mais de 50 anos, vai ser a redenção econômica de toda região, pois ligará os municípios do Planalto Norte até o Vale do Itajaí e consequentemente aos Portos de São Francisco e Itajaí. Com a conclusão dessa obra vai encurtar a distância da região até a Capital do Estado de no mínimo 180 km. Espera-se também ansiosamente pelo asfaltamento da estrada ligando o município de Santa Terezinha a SC 477, fazendo dessa forma a ligação entre Santa Terezinha ao litoral e Itaiópolis. Nesse momento esta sendo asfaltado um trecho da SC 477 de 14 km, porém é muito pouco não liga a nenhum município. É preciso asfaltar toda a rod. SC 477 entre Itaiópolis e Dr. Pedrinho e Santa Terezinha a SC 477. O asfaltamento trará um rastro de desenvolvimento, seria uma espécie de redenção econômica da região que se encontra economicamente estagnada, diversos municípios da região estão com o IDH abaixo da média estadual.